>> Atentados atingem alvos civis e públicos na terceira noite de violência.
Ações da facção criminosa durante a noite assustaram São paulo mais uma vez. O dia, porém amanheceu tranqüilo, com os transportes funcionando normalmente
SÃO PAULO - No terceiro dia seguido de ataques de bandidos no Estado de São Paulo, onze alvos civis e de órgãos do governo foram atingidos, a maioria na capital, onde duas agências bancárias foram incendiadas e um veículo foi destruído na garagem da Secretaria Estadual de Justiça. Um alarme falso de bomba levou a polícia a interditar ontem à noite um trecho da Avenida Paulista.
Houve casos também em três cidades do interior - Itu, Sumaré e Campos do Jordão - e dois na Grande São Paulo - Taboão da Serra e Itapecerica da Serra. Um balanço da situação de segurança em São Paulo mostrou que ocorreram cerca de 140 ataques, 5 bandidos mortos, e mais de 20 suspeitos presos, além de 40 ônibus queimados.
Uma mala suspeita de conter uma bomba fez com que a polícia interditasse, às 23h30 de terça-feira, a Avenida Paulista em ambos os sentidos, no trecho entre a Rua da Consolação e a Rua Haddock Lobo, na região dos Jardins.
Policiais se aproximaram da mala, que estava abandonada no local, e resolveram acionar o Grupo de Ações Táticas e Especiais (Gate) - equipe antibombas da PM. Os policiais detonaram a mala e confirmaram que não havia bomba. A mala, deixada no parapeito do túnel que liga a via à avenida Rebouças, continha somente um tecido e papéis. O trânsito na região, que havia sido desviado, foi liberado.
No final da noite de terça-feira, dois ônibus foram atacados por incendiários na cidade de Sumaré, a 120 quilômetros da capital, região de Campinas, e na zona Oeste da cidade de São Paulo. Eram 23h quando o ônibus da Prefeitura de Sumaré foi incendiado no estacionamento da própria Prefeitura. O ônibus ficou totalmente destruído. Não houve feridos.
Quase à meia noite, homens invadiram um ônibus da Viação Transpasss, próximo à Cohab Jardim Educandário, na zona Oeste da capital. Os passageiros, motorista e cobrador foram obrigados a descer do coletivo que fazia a linha 7454 (Terminal Princesa Isabel/Jd.João Paulo VI) e foi incendiado por um coquetel molotov. Tanto em Sumaré quanto na capital paulista ninguém foi preso.
Todas as linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia do Metropolitano (Metrô) operam normalmente nesta manhã de quarta-feira segundo os centros operacionais de ambas as companhias. O mesmo ocorre em relação à circulação de ônibus pela cidade de São Paulo.
Mais ataques
Enquanto o alarme falso de bomba interditava a Avenida Paulista, incendiários atacavam um estacionamento localizado na Rua Oscar Cintra Godinho, na Baixada do Glicério, no centro da capital paulista.
Na garagem, que pertence à seção de transportes da Secretaria Estadual de Justiça, havia vinte carros, mas apenas um foi destruído pelo fogo. Os incendiários fugiram, segundo a polícia.
Os criminosos estouraram o vidro de uma das janelas que dá acesso ao subsolo do prédio, onde fica a garagem, e destruírem uma grade que protegia o vidro. Pela janela e usando uma mangueira, jogaram gasolina no estacionamento e atearam fogo.
Por volta da 1 hora, uma agência bancária da Nossa Caixa, localizada na esquina da Rua Teodoro Sampaio com a Rua Virgílio de Carvalho Pinto, em Pinheiros, foi alvo de uma bomba de fabricação caseira lançada por criminosos. Não houve feridos nem presos. O estrondo pôde ser ouvido por moradores de vários prédios da região.
Incendiários também atearam fogo, por volta da 1h30, numa agência bancária do Bradesco localizada na Avenida Giovanni Gronchi, no Morumbi, região sudoeste da capital paulista.
Em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, agentes da Polícia Civil, detiveram, no final da tarde, três suspeitos que traziam 16 bananas de dinamite, um tijolo de maconha, 38 trouxinhas da mesma droga e um papelote de cocaína. Segundo os policiais, os três homens detidos preparavam-se para realizar um ataque na região.
No final da noite, um veículo da Guarda Municipal foi ataca por incendiários em frente ao Paço da Prefeitura de Campos do Jordão, no Vale do Paraíba. Os guardas faziam patrulhamento quando foram surpreendidos por um homem que desceu de um veículo, não identificado, e jogou um coquetel molotov contra o carro da Guarda. Os dois guardas conseguiram sair sem ferimentos. Os incendiários fugiram.
Um veículo Celta foi destruído, por volta das 4h15, após incendiários atacarem uma loja de carros localizada na Avenida Conselheiro Carrão, no bairro do Carrão, zona leste da capital paulista. Ninguém foi preso.
Criminosos armados atiraram, por volta das 2h30 contra a frente do prédio da sede da Prefeitura de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Ninguém foi preso.
Em Itu, no final da noite de terça-feira, dois homens ocupando uma moto jogaram uma bomba de fabricação caseira contra a entrada do 2º Distrito Policial, interior de São Paulo. Segundo a polícia, a delegacia estava fechada no momento da explosão. Ninguém foi preso e não houve feridos.
Duas horas depois, desconhecidos lançaram outra bomba de fabricação caseira no quintal da casa de um soldado da Polícia Rodoviária Estadual, também em Itu. O artefato não explodiu mas a polícia informou que a área foi isolada. O policial e a família estavam dentro da casa.
Texto atualizado às 07h40
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