27.9.06

>> Perueiros na mira por lavar dinheiro.

Polícia pede mandado de busca em concessionárias de carros na investigação sobre ligação entre cooperativa e PCC.

A 7ª Delegacia Seccional (Itaquera) vai solicitar à Justiça mandados de busca e apreensão em pelo menos duas revendedoras de veículos - uma na capital e outra no interior - suspeitas de participar de um esquema de lavagem do dinheiro arrecadado por perueiros da Associação Paulistana.

Na semana passada, quatro garagens da cooperativa, que opera linhas na zona leste, foram alvo de operação da Polícia Civil que resultou na prisão de três pessoas, entre elas, o presidente, Agnaldo Sabino Pereira.Na operação, investigadores acharam notas fiscais e comprovantes de transferência bancária da cooperativa para as lojas de automóveis. Foragido, o ex-diretor da Garagem 2, da Associação Paulistana, Cléber Coca, acusado de cobrar propina dos operadores, é quem teria autorizado as operações - uma delas no valor de R$ 10 mil.

A polícia desconfia que ele seja sócio em uma das revendedoras, embora ainda não tenha tido acesso ao contrato social da empresa. Uma terceira loja, localizada no Tatuapé, zona leste, também está sob suspeita.'Por enquanto são apenas indícios. Vamos analisar melhor os documentos e os arquivos dos computadores para ver se há algo ilícito nessas transferências', afirmou o delegado Murilo Fonseca Roque, do Setor de Investigações Gerais (SIG), da 7ª Seccional.

Ontem, ele começou a interrogar os diretores da Associação Paulistana. O objetivo da investigação, agora, é rastrear a movimentação financeira da cooperativa para verificar possíveis desvios de recursos para criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital. A hipótese vem sendo apurada desde março, quando a 7ª Delegacia Seccional instaurou inquérito para obter mais informações sobre denúncias de extorsão na Garagem 2.

O delegado não descarta pedir apoio à São Paulo Transportes (SPTrans), empresa que gerencia o sistema de transporte coletivo da cidade, para entender o funcionamento do setor. Roque pretende confrontar os depoimentos dos perueiros com as informações fornecidas pelos técnicos da Prefeitura.

TIJOLO DE MACONHA

Dos três perueiros presos em flagrante na última sexta-feira, apenas o presidente da cooperativa permanece na cadeia. Dois diretores da G2, Fábio Lopes da Costa, de 26 anos, e Eliel Alves Flores, de 25, autuados por tráfico de drogas e por porte de armas de uso restrito, foram libertados no sábado.

Os advogados deles alegaram que o tijolo de maconha e o carregador para pistola calibre 9 mm foram apreendidos em uma sala da cooperativa, e não com eles.Sabino não teve o mesmo benefício, pois, segundo a polícia, os 12 projéteis para fuzil calibre 762 estavam guardados em uma gaveta no escritório dele.

A defesa de Sabino já entrou com recurso e aguarda uma resposta do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo). Sabino continua preso na carceragem do 8º DP (Brás), que possui celas destinadas a ex-policiais. O líder dos perueiros é ex-cabo da Polícia Militar.

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home