25.7.06

>> PCC em SP.

>> Suplicy diz que responsabilidade por crise na segurança pública é de todos.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), candidato à reeleição, afirmou nesta segunda-feira que "todos são responsáveis pela crise na segurança pública".

Segundo ele, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), tem o direito de não querer a ajuda do governo federal para combater as ações do crime organizado em São Paulo. "Mas o governador tem que mostrar que o problema será solucionado."

"Eu votei favorável ao endurecimento das penas para presos, mas tenho dúvidas que isso vai adiantar. É mais importante o empenho de fazer uma nação justa, com oportunidades na educação e o apoio às formas cooperativas de produção."

Mensalão
Suplicy evitou falar sobre uma possível omissão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o esquema do mensalão.

Questionado sobre o assunto, Suplicy disse apenas que "precisamos nos empenhar para superar os erros".

"Acho que, em alguns momentos, houve pressão dos parlamentares para obterem vantagens, já admitida no âmbito do governo", reiterou Suplicy.

Sabatinas
A Folha iniciou hoje a série de sabatinas que realizará com candidatos ao Senado, ao governo do Estado e à Presidência da República. Amanhã, o entrevistado será o empresário Guilherme Afif Domingos, que concorre ao Senado pelo PFL-SP, em coligação com o PSDB.

Na quarta-feira, a sabatinada será Alda Marco Antonio, que concorre uma vaga ao Senado pelo PMDB-SP, na chapa de Orestes Quércia.

Para entrevistá-los, foram escolhidos Suzana Singer (secretária de Redação da Folha), Vinicius Mota (editor de Opinião), Rogério Gentile (editor de Cotidiano) e Fernando Canzian (repórter especial).

24.7.06

>> Marcola ataca Alckmin na CPI do Tráfico de Armas.

No depoimento sigiloso de mais de quatro horas que prestou a deputados da CPI do Tráfico de Armas, no dia 8 de junho, em Presidente Bernardes (SP), o chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Camacho, o Marcola, não se intimidou diante dos políticos, perguntou os partidos a que pertencem e fez questão de citar o candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, de forma hostil e agressiva. Segundo reportagem de Luciana Nunes Leal na edição desta segunda-feira de O Estado de S. Paulo, Marcola classificou como "uma forma de dar uma resposta à sociedade" a decisão do ex-secretário da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa de transferir os principais líderes do PCC para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. A medida levou à onda de ataques da facção que aterrorizou São Paulo em maio. Indagado pelo relator da CPI, Paulo Pimenta (PT-RS), se a intenção da Nagashi era dar "uma demonstração de força", Marcola respondeu: "Para promover o Alckmin". E emendou que "o tiro saiu pela culatra". Em vários momentos, Marcola insistiu que a cúpula do governo paulista atribui a ele mais importância do que realmente tem dentro da facção criminosa, para valorizar o fato de que o líder está preso. "Se eu fosse político, eu ia arrumar um Marcola também", afirmou, rindo. "Tá tudo errado, a segurança pública... tá um caos, a culpa é do Marcola, não é do Alckmin. Nunca. Infelizmente", criticou.

Fonte: Congresso em Foco

>> Agentes acusam diretores de presídios de corrupção

>> Serra quer construir presídios; Quércia e Mercadante, não.

Prioridade de tucano é acabar com déficit de vagas; candidatos do PT e do PMDB preferem investir em punições alternativas

Serra e Mercadante dizem que vão isolar os líderes do PCC e que investirão em inteligência para evitar novos ataques no Estado

O ex-prefeito José Serra (PSDB), candidato ao governo do Estado de São Paulo, afirmou que, se eleito, irá construir quantos presídios forem necessários para abrigar a população carcerária -o Estado convive hoje com um déficit de 30 mil vagas para presos.

"A meta é zerar o número de presos em distritos policiais, construir mais presídios de segurança máxima para conter e isolar os membros de organizações criminosas, que ameaçam a sociedade e oprimem os demais presos", afirmou o tucano.
O senador Aloizio Mercadante (PT) e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB), adversários de Serra, apostam numa situação inversa. Admitem a necessidade de "alguns" presídios, mas priorizam um conjunto de medidas para reduzir a necessidade de vagas.

"É preciso qualificar a atual estrutura, investir em penas alternativas, aumentar as vagas do regime semi-aberto e abrir unidades femininas", disse Mercadante.
Serra também defende a aplicação de penas alternativas para presos que não representam perigo à sociedade.
Questionado sobre os planos para desmantelar a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que promoveu uma série de ataques em todo o Estado, o tucano disse que irá investir num sistema integrado de inteligência policial para reprimir os grupos criminosos.

"Pretendemos ainda direcionar o trabalho de inteligência policial para a identificação e o estrangulamento das fontes de financiamento do crime organizado, com a criação de um setor específico para combater a lavagem de dinheiro", disse.
Com relação aos líderes da facção, Serra defende o isolamento deles, com rígida disciplina e fiscalização carcerária.
O petista também pregou o afastamento dos líderes e defendeu o trabalho conjunto entre a polícia estadual e a federal.
A atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no combate ao crime foi criticada por Serra, que apóia Geraldo Alckmin (PSDB), adversário do petista na disputa presidencial.

"O tráfico de drogas e o contrabando de armas são a base do crime organizado e cabe ao governo federal combatê-los. A lei penal e a de execução penal, que favorecem o crime organizado, são federais. Cabe ao governo federal articular as mudanças. O governo Lula falou muito, mas pouco fez. Prometeu construir vários presídios federais e fez apenas um."
Mercadante saiu em defesa de Lula. Disse que, "ao contrário de gestões anteriores, o governo federal tem uma série de ações positivas no combate à criminalidade organizada".

Sobre a Febem, Serra disse que as internações devem ocorrer somente em casos gravíssimos e defendeu o aumento do tempo máximo de duração da medida (hoje de três anos). "Quando a internação é inevitável, as unidades devem ser pequenas, próximas da família do internado, com atividade de ensino, formação profissional e assistência terapêutica."
O petista fala em criar unidades para 40 jovens no máximo.
Para Serra, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) deve ser mudado. "O ECA foi um progresso, mas tem de ser atualizado. Deve-se permitir que jovens excepcionalmente violentos fiquem internados em estabelecimento próprio."