15.9.06

>> Operação da Polícia Civil prende 23 do PCC.

Quatro meses depois do início de uma das mais sanguinárias manifestações do crime organizado no Estado de São Paulo - os ataques do PCC -, a Polícia Civil continua firme no propósito de erradicar quaisquer focos que possam ocasionar o ressurgimento de grupos armados, tiros em órgãos públicos e mortes.Ontem de madrugada, o delegado seccional Aparecido Capello comandou uma das maiores operações já colocadas em prática pela polícia de Limeira.

Passava das 4h quando 104 homens se reuniram na sede da Polícia Civil, na Vila Cristóvam, para a "Operação Alçapão".Vinte e dois delegados e 82 investigadores, escrivães e agentes tinham uma missão: cumprir os 32 mandados de prisão expedidos pela Justiça. O resultado foi um dos melhores, com 23 prisões realizadas em Araras, Conchal e Limeira. Foram incluídas também neste número prisões por tráfico de drogas e posse ilegal de arma.

Em São Paulo, houve uma prisão relacionada à operação de Limeira, com a atuação de policiais da equipe D-Sul, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).Os flagrantes foram realizados nas cidades de Araras e Conchal. Nesta segunda cidade, os policiais acabaram encontrando crack, maconha e uma espingarda dentro de uma residência. Uma pistola 9mm também foi apreendida. Em Limeira, houve uma única prisão, realizada na Vila Cláudia, onde mora F.C., de 25 anos.

Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Araras e Conchal. O delegado Capello tinha feito 38 pedidos. Ele pretende insistir nos outros seis que precisam ser presos para completar o ciclo de prisões, iniciado em maio.Desde que os ataques da facção passaram a ser ordenados, a polícia elevou muito seus setores de inteligência. Segundo Capello, 55 mandados de prisão foram expedidos de lá para cá. "Todos com vistas a elementos envolvidos direta ou indiretamente na facção", explicou.

Cerca de 80% das ordens para prender emitidas pelo Poder Judiciário já foram cumpridas. "Em maio, no primeiro ataque, a maior quantidade de mortes aconteceu em Limeira. Colocamos na cadeia todos os que estavam envolvidos com a facção", lembrou Capello.Em seguida, no segundo ataque entre julho e agosto, foram Araras e Pirassununga as cidades mais atingidas com ações contra casas de policiais e guardas municipais, além de danos em prédios públicos e privados. Por esta razão, houve a expedição dos mandados de prisão por estas cidades.

13.9.06

>> Lembo propõe indenização a famílias de policiais e agentes mortos.

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), enviou nesta terça-feira três projetos de lei para a Assembléia Legislativa de São Paulo propondo o pagamento de indenizações às famílias dos policiais e agentes penitenciários mortos durante as ondas de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) neste ano.Os projetos prevêem o pagamento de R$ 100 mil para as famílias de policiais civis e militares mortos fora do horário de serviço e que, portanto, não têm direito a receber o seguro de vida pago feito e seu nome pelo governo o Estado.

No caso das famílias dos agentes penitenciários, a indenização será de R$ 50 mil. Devem ter direito à indenização filhos, cônjuge, companheiros, pais ou irmãos dos mortos. O valor se baseia no seguro de vida que o governo tem para cada uma das classes.Ao todo, as famílias de sete policiais civis, 15 policiais militares e de 11 agentes penitenciários devem ser beneficiados com os projetos, se eles forem aprovados.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Sifuspesp (sindicato que representa os agentes penitenciários) afirmou que vai tentar, junto à assembléia, a aprovação de uma emenda tentando equiparação entre os valores das indenizações.O governo do Estado, por sua vez, informou que os valores foram calculados de acordo com o risco de cada função, considerado maior no caso dos policiais.

11.9.06

Marcola ficará por mais 8 meses em regime diferenciado

O MPE pediu sua manutenção no RDD pelo período de um sexto de sua pena alegando que ele lidera uma facção criminosa que age em São Paulo

SÃO PAULO - Por determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, na última quarta-feira, 6, o preso Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, vai permanecer por 360 dias preso em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) na Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. Como ele já cumpriu 120 dias em internação provisória, ficará no regime de isolamento por mais 240 dias, ou seja, oito meses.

Como a prorrogação da internação cautelar de Marcola, que venceu no domingo, 10, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu sua manutenção no RDD pelo período de um sexto de sua pena, o que totalizaria cerca de 3 anos e meio, alegando que ele lidera uma facção criminosa que age em São Paulo e que teria se envolvido em uma tentativa de resgate de presos na Penitenciária de Presidente Bernardes, no interior paulista, em janeiro deste ano.

A juíza auxiliar do Departamento de Execuções Criminais (Decrim) do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ariane de Fátima Alves Dias, aceitou a internação por 360 dias por entender que este prazo "é suficiente para os objetivos do regime diferenciado".

Na sentença, Ariane ressaltou ainda que Marcola tem garantido o direito a visitas de parentes e de advogados, o que preserva direitos e garantias constitucionais. Outro preso ligado à quadrilha de Marcola, no entanto, Luiz Henrique Fernandes, o ´LH´, ficará internado apenas mais 30 dias em RDD, por determinação da Justiça.