>> Para Bastos, prisões foram maior golpe contra PCC.
Entre os 28 presos ligados à facção estão Tatuzão, suspeito de participar do assalto ao BC de Fortaleza, e Balengo, acusado de ser um dos autores do seqüestro do repórter Guilherme Portanova.
SÃO PAULO - O ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos classificou a prisão de 28 pessoas ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) como o maior golpe contra a organização. Em entrevista coletiva na sede da Polícia Federal de São Paulo, na Lapa, zona oeste da cidade, Bastos divulgou um balanço da operação Facção Toupeira, deflagrada em dez Estados do País pela Polícia Federal e que prendeu suspeitos de planejarem um grande assalto a dois bancos gaúchos, nos moldes do assalto ao Banco Central de Fortaleza, no ano passado.
Um dos presos é Lucivaldo Laurindo, conhecido como Tatuzão ou Torturado, procurado pela polícia por ser acusado de ter participado do roubo ao BC. Ele foi preso em Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira, 1º, quando a facção planejava assaltar o Banco do Estado do Rio Grande do Sul e a Caixa Econômica Federal, na capital gaúcha. Tatuzão foi preso num quartel general da facção.
Também foi preso Carlos Alberto da Silva, conhecido como Balengo ou BL. Ele foi detido no túnel que estava sendo escavado em direção aos caixas-fortes do Banrisul e da CEF. O túnel saía de um prédio alugado e teria 85 metros de extensão. Balengo é suspeito de ser um dos autores do seqüestro do repórter Guilherme Portanova e do auxiliar-técnico Alexandre Callado, da TV Globo de São Paulo.
A ligação entre o PCC e o furto ao BC, em Fortaleza, começou a ser desvendada com a localização de um cartão de telefone pré-pago deixado no local do crime, ocorrido em 6 de agosto de 2005. A quadrilha levou mais de R$ 167 milhões. Desse total, apenas R$ 20 milhões foram recuperados.
O ministro anunciou que, em São Paulo, foram presos 12 integrantes do crime organizado e que a polícia já seqüestrou três bens que teriam sido adquiridos com o dinheiro do assalto ao BC. Segundo Thomaz Bastos, esse foi o maior golpe contra a organização criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas.
O rastreamento dos dados do cartão levou a outros números de telefone usados pela quadrilha. Por meio de escutas telefônicas, a PF descobriu que o bando planejava praticar novos assaltos com o mesmo método usado em Fortaleza.